segunda-feira, 14 de julho de 2014

Sensação CYBERPUNK - Simbiose do Futuro

Sub-gênero literário da ficção-cientifica, este termo cunhado por Bruce Bethke surgiu pela primeira vez em 1983 como título de uma história sua. Seguidamente, em 1984, num artigo para o Washington Post, o crítico e editor Gardner Dozois utilizou este termo para descrever a “bizarra, dura e altamente tecnológica” corrente de ficção-cientifica emergente nos anos 80. Rapidamente, este termo, tão cheio de conotações nos meios da contra-cultura da ficção-cientifica, se propagou e divulgou entre a cultura mainstream. Sendo aproveitado por inúmeros escritores, teóricos pós-modernos, navegantes da internet, bandas de música alternativa, o termo foi integrado, em toda a sua ambiguidade, no imaginário de muitos que se sentiram identificados com o mesmo: seja pelos temas presentes no sub-gênero literário; seja pelos submundos da pirataria informática (hackers, crackers, cypherpunks, phreakers); ou pelas promessas do regresso a uma MATRIZ, (um Metaverso, como lhe chama Neal Stephenson) ao alcance dum terminal de computador. Se bem que a própria definição do termo seja difusa, vários topos são recorrentes no imaginário da cyberpunk: simbiose homem/máquina; alteração da experiência sensorial e psíquica (mediada química, eléctrica ou mecanicamente); simulação e estimulação digital, as quais se transformam no novo Real para o novo homem tecnológico; ou lutas de sobrevivência, entre tribos e subculturas, de híbridas influências, num futuro urbano e apocalíptico.



           Indiscutivelmente, um dos fulcros da cultura cyberpunk é a relação do indivíduo com o corpo. A ancestral dualidade Judaico-Cristã corpo/mente, essa inconciliável dialéctica é, aqui, extremada. Na cultura cyberpunk o corpo é “coisificado”, objectivado, tornado matéria prima de modelagem, esvaziamento, amplificação, e augmentation (barro para um golem do futuro). O cyberpunk é o sobrevivente que vagueia numa realidade hostil, artificial e rápida como um speed, e o seu corpo é a única arma, posse e território. Dentro do corpo, está mente, a mente que tem acesso à matriz a mente que pode, insubstâncial e dotada de qualidades preternaturais, fundir-se em extâse com a estática do Deus-dentro-da-máquina fundir-se, numa verdadeira metanoia digital, no cosmos anacrônico e utópico do ciberespaço, onde, finalmente, pode descartar-se do fardo da carne. Para defesa e sofisticação da performance dessa mente, o corpo é “trabalhado”, redesenhado, reestruturado com bisturico desapego e destreza tecnológicos.

A nível profundo cada ampliação de um sentido implica uma anestesia do mesmo (Dery p.164). Este abarca mais informação, mas fundamentalmente sente menos. A amplificação artificial a penetração, o entranhamento, causado pela tecnologia é uma violência contra a qual a nível estrutural o ser (corpo-mente, no seu todo) reage, auto-insensibilizando-se. O ser humano tem de se entorpecer, anestesiar para poder ser exposto e amplificado ou então é destruído, (autores pós-modernos, como Marshall McLuhan, defendem esta visão). O corpo tem de se tornar estranho a si mesmo e passivo em relação à ansiedade da mente. O corpo, então, está disponível para ser “submetido, usado, transformado e melhorado” ( Foucault p.136).









Filmes


Matrix
"Em um futuro próximo, Thomas Anderson (Keanu Reeves), um jovem programador de computador que mora em um cubículo escuro, é atormentado por estranhos pesadelos nos quais encontra-se conectado por cabos e contra sua vontade, em um imenso sistema de computadores do futuro. Em todas essas ocasiões, acorda gritando no exato momento em que os eletrodos estão para penetrar em seu cérebro. À medida que o sonho se repete, Anderson começa a ter dúvidas sobre a realidade. Por meio do encontro com os misteriosos Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss), Thomas descobre que é, assim como outras pessoas, vítima do Matrix, um sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas, criando a ilusão de um mundo real enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para produzir energia. Morpheus, entretanto, está convencido de que Thomas é Neo, o aguardado messias capaz de enfrentar o Matrix e conduzir as pessoas de volta à realidade e à liberdade." - Matrix.

Primeiramente, galera, vamos resenhar o filme bastante conhecido que envolve demasiado Cyberpunk, nosso tema central. Filme categórico, lançado em 1999, este nos mostra que temos milhares de exemplos de indivíduos que quebram correntes e avançam para a verdade da vida. Matrix revela uma história fantástica que nos fazem confundir varias teorias da corrente filosófica. Neo, o personagem principal do filme, tinha uma certa desconfiança de que o mundo ao seu redor, não era, de fato, correto. Morfeu, seu companheiro, confirma suas dúvidas. Num futuro não tão distante, a inteligência artificial - também chamada de máquinas - assume um controle, utiliza os humanos como fontes de energias, distraindo-os, para que, por fim, alimentem o universo virtual (Matrix), através de uma sonda diretamente no cérebro. Neo é resgatado (desconectado) pelo seu amigo, e levado em uma nave que viaja abaixo da superfície da Terra - um planeta morto agora, governado por um computador inteligente que mantêm o ser humano resignado ao mundo da realidade virtual, o "Matrix", que é alimentado em seus cérebros. A Matrix, nada mais é, do que uma simulação que desenvolve um mundo fictício onde as pessoas são escravas da realidade.



Equilibrium
Equilibrium, realizado por Kurt Wimmer. Equilibrium é, acima de tudo, um filme de ação e de ficção científica, tal como tantos outros que foram realizados nas últimas décadas, e de que filmes como Gattaca, Aeonflux, Ultraviolet e Nineteen Eighty-four são exemplos. O próprio realizador do filme comenta esta similitude com outros filmes de ficção científica sobejamente conhecidos. 
Equilibrium é um filme sobre emoções e sobre uma sociedade dominada por um indivíduo que, para além de controlar os sentimentos de outros indivíduos, proíbe a sua existência. Este filme retrata a descoberta inicial de Preston (a personagem principal) dos benefícios de ''sentir'' e, posteriormente, a sua revolta e a sua luta contra a opressão. De fato, poderemos facilmente estabelecer uma comparação com a distopia de George Orwell, Nineteen Eighty-four, já que nas personagens principais de dois filmes reside a vontade de devolver ao Homem o que realmente é dele, de demonstrar que este é um ser de plena criatividade e que nada nem ninguém poderá mudar isso. A sociedade de Libria, descrita no filme, emerge após uma Terceira Guerra Mundial que demonstrou que o ser humano tem que se salvar. Para que tal aconteça, é necessário eliminar o lado negativo do sentimento. O Father consegue levar essa ideia adiante, quer pela criação de uma espécie de polícia secreta, os ''clerics'', quer pela criação de um medicamento, o ''Prozium'', uma mistura de Prozac com Valium que neutralizará a ideia de sentimento. A personagem principal é Preston.


Games


Mirror's Edge
        Mirror's Edge é um game que possui um gráfico brilhante, colorido e realístico, com estilo de jogabilidade em primeira-pessoa com total liberdade de movimentos, visto que é permitido uma vasta gama de movimentos baseados na modalidade Parkour ao jogador. É permitido por exemplo, escalar paredes, pular ou deslizar por obstáculos, dar cambalhotas entre outros. Também possui maior liberdade de movimento, pois a tela do game não tem HUD e permite que pernas, braços e o tronco da protagonista apareçam na tela, para dar maior realidade à jornada. 
       


O enredo de Mirror's Edge é ambientado numa sociedade futurista, onde a comunicação é rigidamente monitorada por um regime totalitário e ditatorial. Assim, uma rede de corredores, tem a missão de entregar informações, sem a vigilância do governo, e ai entra Faith, a protagonista. O jogador guia Faith num jogo de plataforma 3D, através de telhados, tubos de ventilações, paredes, tudo por meio de habilidades de parkour. No mundo de Mirror's Edge, a busca por uma expansão, faz com que o governo de um cidade escolha um sistema mais rígido de poder para combater crimes e desorganização. O projeto de lei conhecido como Programa de Cidadania visa garantir melhor qualidade de vida, privando o povo dos direitos de liberdade de expressão e privacidade. A princípio, o sistema garante boa evolução resolvendo problemas de fumo, obesidade e criminalidade. Porém, o sistema vira um governo totalitário, tirando o livre-arbítrio da população, causando indignação e revolta, iniciando meios agressivos de repreender o sistema, outros buscam meios menos convencionais. Os runners (corredores), são mensageiros pagos por líderes de resistências ou empresários influentes de mercados ilegais, para transportar mercadorias pulando de telhado em telhado, já que são caçados pela polícia.


                                                                        Brink
A história do jogo ocorre num futuro próximo, numa cidade conhecida como ''The Ark'', ou A Arca, próxima à costa de São Francisco, uma cidade flutuante, rodeada de água devido ao aquecimento global e aumento do volume dos oceanos. Essa cidade utópica deveria abrigar apenas 5.000 pessoas, mas no momento do jogo, abriga cerca de 50.000. Nessa situação insustentável, os residentes da cidade começam a ficar insatisfeitos com a falta de suprimentos como comida, roupas e água potável. Assim, essa insatisfação, gera uma facção rebelde, conhecida como ''Resistência'', que luta pela distribuição igualitária dos suprimentos para toda a população. Quando os líderes da Arca se negam a concordar com essa distribuição, os líderes da Resistência decidem armar todos os rebeldes para lutarem pelo poder, e assim poderem distribui igualmente os mantimentos. 

A Arca no início tinha pouca necessidade de se ter uma guarda armada, porém, com os eventos que culminaram na origem da Resistência e seus atos, os líderes começam a recrutar membros para uma facção de soldados para proteger a paz, iniciando uma guerra contra os rebeldes. O único lugar seguro na Arca, é próximo às áreas de controle dos líderes do governo, que tentam de toda forma, contatar o resto do mundo em busca de ajuda. 
Enquanto a Segurança vê os rebeldes da Resistência como terroristas, estes vêem os soldados da Arca, como soldados opressores do governo contratados para eliminar a Arca. Cabe a você decidir qual lado você seguirá. A jogabilidade é bem parecida com Mirror's Edge, já que enquanto você troca tiros contra a outra facção, você tem a possibilidade de movimentos furtivos para completar objetivos. Em Brink, você também tem total liberdade para customizar seu soldado, desde tatuagens, cortes de cabelos e tipo de rosto, até a roupagem, armadura e etc.

Música
Não poderíamos deixar de esquecer é claro, de falar de um representante cyberpunk nas músicas! Daft Punk, que participou produzindo a trilha sonora do filme Tron: Legacy. Deixo pra vocês, um clipe da dupla francesa formada por Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter.


Introdução: Victória Ramalho
Filmes (Escolha): Victória Ramalho & Matheus Rossi
Filmes (Texto): Victória Ramalho
Games (Escolha): Matheus Rossi
Games (Texto): Matheus Rossi
Música (Escolha & Texto): Matheus Rossi
Imagens: Victória Ramalho & Matheus Rossi

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